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Classificação. Carabidae está alocado na subordem Adephaga. Apresenta as subfamílias Nebriinae Laporte, 1834; Cicindinae Csiki, 1927; Cicindelinae Latreille, 1802; Loricerinae Bonelli, 1810; Omophroninae Bonelli, 1810; Elaphrinae Latreille, 1802; Migadopinae Chaudoir, 1861; Broscinae Hope, 1838; Apotominae Leconte, 1853; Siagoninae Bonelli, 1813; Melaeninae Csiki, 1933; Gehringiinae Darlington, 1933; Patrobinae Kirby, 1837; Psydrinae Leconte, 1853; Nototylinae Bänninger, 1927; Hiletinae Schiodte, 1848; Scaritinae Bonelli, 1810; Trechinae Bonelli, 1810; Brachininae Bonelli, 1810; Harpalinae Bonelli, 1810; Paussinae Latreille, 1806; e Carabinae Latreille, 1802. (Bouchard et al. 2011). As sete últimas possuem registros para o Brasil (Casari & Ide 2012).
Diversidade. Existem cerca de 30.000 espécies de Carabidae no mundo, distribuídas em 1.500 gêneros. Na região Neotropical, 6.258 espécies em 336 gêneros e, no Brasil, 1.132 espécies em 203 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. Os indivíduos pertencentes à Carabidae ocorrem em diferentes hábitats, incluindo cavernas, associados à vegetação viva ou em decomposição. Apresenta hábito primário predador, entretanto há espécies onívoras, herbívoras e carnívoras (Casari & Ide, 2012). Tanto a larva quanto o adulto são usualmente noturnos, fato que justificaria sua pequena amostragem em estudos com carcaças (Gennard, 2007). Carabidae está associado ao estágio de decomposição ativa, de acordo com Gennard (2007).
Reconhecimento. O indivíduo adulto tamanho pode variar entre 1 e 80 mm de comprimento, o protórax possui suturas notopleurais, o ventrito I é dividido pelas metacoxas, a antena é alongada e filiforme ou moniliforme, seu élitro é estriado e apresenta sutura catepisternal no metasterno (Casari & Ide, 2012). Os exemplares de interesse forense são brilhosos com coloração negra ou castanho-escura (Gennard, 2007).
Chaves. Há chaves para subfamílias de Casari & Ide (2012) e Klimaszewski & Watt (1997). Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. Cleridae (Cucujiformia: Cleroidea) apresenta quatro subfamílias (Bouchard et al. 2011): Tillinae FischerVon Waldheim, 1813; Clerinae Latreille, 1802; Korynetinae Laporte, 1836; e Hydnocerinae Spinola, 1844. A subfamília Hydnocerinae possui as tribos Callimerini Kolibác, 1998; Hydnocerini Spinola, 1844; e Lemidiini Kolibác, 1998 (Bouchard et al. 2011).
Diversidade. Cleridae possui cerca de 4.000 espécies de Cleridae no mundo, distribuídas em 150 gêneros. Na região Neotropical, 886 espécies em 61 gêneros e, no Brasil, 317 espécies em 25 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. São encontrados em troncos caídos, alimentos estocados, serapilheira, ninhos de insetos sociais e carcaça (Opitz, 2002). Os adultos e larvas são predadores em sua maioria, contudo, algumas espécies de interesse forense são onívoras. Cleridae é comumente encontrado na carcaça associado aos estágios de inchamento, decomposição ativa e avançada (Gennard, 2007).
Reconhecimento. Apresentam corpo com cores fortes, tamanho variando de 2 a 24 mm, com muitas cerdas eriçadas, corpo alongado e élitro com estrias pontuadas (Opitz 2002, Casari & Ide 2012). Antena com 9 – 12 antenômeros, geralmente clavada. Possuem olhos emarginados e grandes, tarsômeros lobados, fórmula tarsal 5-5-5, sendo que o quarto metatarsômero pode ser diminuto (Opitz 2002).
Chaves. Para subfamília a chave de Casari & Ide (2012) e Kolibác (1997). Para gêneros a chave de Crowson (1964). Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências.
Classificação. Dermestidae (Bostrichiformia: Bostrichoidea) apresenta seis subfamílias (Bouchard et al. 2011): Thorictinae Agassiz, 1846; Orphilinae Leconte, 1861; Trinodinae Casey, 1900; Megatominae Leach, 1815; Attageninae Laporte, 1840; e Dermestinae Latreille, 1804; sendo as últimas três com registro para o Brasil (Casari & Ide, 2012).
Diversidade. Existem cerca de 850 espécies de Dermestidae no mundo, distribuídas em 45 gêneros. Na região Neotropical, 248 espécies em 20 gêneros e, no Brasil, 46 espécies em 8 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. A maioria dos dermestídeos se alimenta de restos vegetais ou animais secos (Kingsolver, 2002). Podem ser encontrados associados à ninhos de aves e mamíferos e alimentando-se de pólen ou néctar sobre as flores (Kingsolver, 2002; Casari & Ide, 2012). Os membros de Dermestes são comumente encontrados utilizados para limpeza de esqueletos em coleções científica de vertebrados. Dermestidae é comumente encontrado nos estágios finais de decomposição, incluindo a decomposição ativa, avançada e esqueletização (Gennard, 2007).
Reconhecimento. Corpo com comprimento de 1 a 12 mm, ovalado, compacto, de coloração escura, coberto com escamas densas, que podem formar padrões amarelados, avermelhados ou esbranquiçados (Kingsolver, 2002; Casari & Ide, 2012). Antena inserida na frente dos olhos, composta por 5 - 11 antenômeros, usualmente clavada, alojada em fossas antenais, cabeça pode apresentar ocelos medianos, protíbia alojada no fêmur (Kingsolver, 2002).
Chaves. Para gêneros e subgêneros de Dermestidae há a chave de Hava (2004) e para as espécies de Dermestes, a chave de Lepesme (1956). Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências.
Classificação. Histeridae (Staphyliniformia: Histeroidea), possui aproximadamente 4.300 espécies descritas incluídas em 391 gêneros, pertencentes a 16 tribos e 11 subfamílias (Caterino & Vogler 2002; Mazur 2011).
Diversidade. Histeridae está distribuída em todas as regiões Zoogeográficas (Kovarik & Caterino, 2005). Na região Neotropical são registrados 130 gêneros (85 para o Brasil) e 1.047 espécies (352 para o Brasil) (Costa, 2000).
Biologia. Os histerídeos são conhecidos como predadores generalistas, com ampla variação de habitats, podendo ocorrer em fezes, fungos, troncos, frutos em decomposição, raízes de árvores, ninhos de aves, toca de mamíferos ou répteis, e em vegetação em decomposição. As espécies de Histeridae possuem importância no Controle Biológico de Pragas, como bioindicadoras de ambientes terrestres e na Entomologia Forense (Almeida & Mise, 2009; Gomy & Millarakis, 2012; Leivas et al. 2013). Os histerídeos são encontrados na carcaça nos estágios de decomposição ativa, avançada e esqueletização (Gennard, 2007), sendo sua presença associada aos imaturos de Diptera (Bajerlein et al. 2011).
Reconhecimento. Comprimento entre 1-23 mm; corpo compacto com cabeça e apêndices retráteis, antenas geniculadas com uma clava compacta e élitros curtos expondo os dois últimos tergos abdominais, propigídio e pigídio, respectivamente (Mazur 2001; Casari & Ide 2021).
Chaves de identificação. As subfamílias ocorrentes no Brasil podem ser reconhecidas pela chave de Casari & Ide (2012), alguns gênero de distribuição Neotropical em Mazur (2001), e os táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. A família Hybosoridae está inserida na superfamília Scarabaeoidea (série Scarabaeiformia) e está dividida em cinco subfamílias: Anaidinae, Ceratocanthinae, Hybosorinae, Liparochrinae e Pachyplectrinae (Ocampo & Ballerio, 2006).
Diversidade. É considerada uma família cosmopolita, mas a maior parte da sua diversidade está concentrada na região Neotropical (Ocampo, 2006a). Possui aproximadamente 607 espécies descritas, incluídas em 72 gêneros (Ocampo & Ballerio, 2006; Balerio & Grebennikov, 2016). Para o Brasil são registrados 20 gêneros e 86 espécies (Ocampo & Ballerio, 2006).
Biologia. A biologia de Hybosoridae é pouco conhecida. Os adultos apresentam fototropia positiva e se alimentam de carcaça, fezes, fungos e madeira em decomposição, algumas espécies apresentam associação com ninhos de formigas e cumpim (Jameson, 2002; Casari & Ide, 2012; Ocampo 2006a; Orozco & Pérez, 2008). Sabe-se ainda que o hábito necrófago está associado aos estágios iniciais de decomposição (Jameson, 2002), o que eleva ainda mais a sua importância forense, pois pode permitir que espécies de Hybosoridae sejam utilizadas para estimativas de Intervalo Postmortem.
Reconhecimento. Comprimento entre 3-7 mm; Coloração marrom ou preta (na maioria das espécies). Antena composta de 9-10 antenomeros com uma clava formada pelos três últimos. A maioria das espécies (excluindo as pertencentes a Ceratocanthinae) apresentam o antenomero basal da clava escavado, abrigando os outros dois (Ocampo, 2006a).
Chaves de identificação. Apenas a subfamília Anaidinae possui chave de identificação para gêneros e espécies (Ocampo, 2006b).
Referências
Classificação. Hydrophilidae (Staphyliniformia: Hydrophiloidea) possui cerca de 2900 espécies descritas incluídas em 169 gêneros, 12 tribos e seis subfamílias e é considerado um grupo monofilético (Short & Fikácek 2011; 2013). Entretanto em Bouchard et al. (2011) são incluídas 9 subfamílias: Helophorinae Leach, 1815; Epimetopinae Zaitzev, 1908; Georissinae Laporte, 1840; Hydrochinae Th Omson, 1859; Spercheinae Erichson, 1837; Horelophinae Hansen, 1991; Horelophopsinae Hansen, 1997; Hydrophilinae Latreille, 1802; e Sphaeridiinae Latreille, 1802.
Diversidade. Hydrophilidae ocorre em todas as maiores regiões biogeográficas, especialmente em climas tropicais (Archangelsky et al. 2005). Na região Neotropical são registrados 42 gêneros (22 para o Brasil) e 364 espécies (121 para o Brasil) (Costa, 2000).
Biologia. Os adultos geralmente são herbívoros, onívoros e ocasionalmente predadores de invertebrados ou necrófagos. As larvas são predadoras e podem ser aquáticas ou semi-aquáticas, ocasionalmente canibais. As espécies aquáticas ocorrem em lagos, lagoas ou riachos com águas calmas e vegetação em abundância. As espécies terrestres em troncos podres, fezes e carcaça (Casari & Ide, 2012). São citados como de interesse na Entomologia Forense (Almeida & Mise, 2009).
Reconhecimento. Comprimento entre 0,5 e 50 mm, ovais, mais ou menos convexos; nas espécies aquáticas os palpos maxilares são longos; antenas com 6-9 antenômeros, com uma clava apical; em muitas espécies o metaesterno é prolongado posteriormente em forma de espinho; ao menos pernas posteriores munidas de cerdas (Casari & Ide, 2012).
Chaves de identificação. As subfamílias podem ser reconhecidas em Casari & Ide (2012) e, tanto as subfamílias quanto as tribos podem ser reconhecidas pela chave de Short & Fikácek (2013).
Referências
Classificação. Leiodidae (Staphyliniformia: Staphylinoidea) possui 3.460 espécies descritas incluídas em 340 gêneros, 18 tribos e 6 subfamílias: Camiarinae Jeannel, 1911; Catopocerinae Hatch, 1927; Leiodinae Fleming, 1821; Coloninae Horn, 1880; Cholevinae Kirby, 1837; e Platypsyllinae Ritsema, 1869 (Bouchard et al. 2011).
Diversidade. Possui ampla distribuição mundial (Newton 2005). Na região Neotropical são registrados 38 gêneros (4 para o Brasil) e 279 espécies (27 para o Brasil) (Costa 2000; Casari & Ide, 2012).
Biologia. Geralmente são saprófagos de matéria orgânica em decomposição vegetal ou animal, ou são micófago. Vivem em uma grande variedade de habitas, principalmente em áreas florestadas incluindo serapilheira, excrementos, carniça e fungos apodrecidos (Casari & Ide 2012). São citados como de interesse forense (Almeida & Mise, 2009).
Reconhecimento. Comprimento de 1-8 mm; corpo geralmente oval, convexos ou achatados; em geral com coloração escura; VIII antenômero menor que o VII e IX; algumas espécies quando ameaçadas dobram a cabeça e o prótorax ficando em forma circular (Casari & Ide 2012).
Chaves de identificação. Os gêneros de distribuição Neotropical podem ser reconhecidos pela chave de Peck et al. (1999).
Referências
Classificação. Monotomidae (Cucujiformia: Cucujoidea). Atualmente existem 35 gêneros e 247 espécies descritas, divididas em duas subfamílias. Rhizophaginae contém o Rhizophagus Herbst, gênero Holártico e Oriental com 53 espécies. Monotominae é dividida em cinco tribos: Lenacini (Lenax), Monotomini (Monotoma), Thionini (Thione, Shoguna, Arunus), † Rhizophtomini († Rhizophtoma) e Europini para os restantes 28 gêneros. A família tem sido tratada como Rhizophagidae Redtenbacher 1845, mas Pakaluk et al. (1994) reconheceram a prioridade do nome Monotomidae Laporte, 1840 (Bousquet, 2010). Autores apontam as semelhanças com Nitidulidae e até o trabalho de Crowson (1952) os dois grupos estavam unidos em uma única família.
Diversidade. No mundo são registradas 250 espécies em 30 gêneros, na região Neotropical 9 gêneros e 64 espécies e para o Brasil 7 espécies em 3 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. A biologia é muito pouco conhecida. São predadores ou micófagos, sendo que muitas espécies vivem embaixo de cascas de árvores e outras em compostagem e palha e ainda em ninhos de formigas. Larvas e adultos podem ser predadores de xilófagos como larvas de Scolytidae, embora se presuma que se alimentem de fungos. Poucas espécies são encontradas em produtos armazenados. As espécies de Monotomidae são encontradas no solo abaixo da carcaça, sendo que Rhizophagus paralellocollis (Gyllenhal) foram registrados se alimentando de fungos presentes em cadáveres enterrados por mais de dois anos (Gennard, 2007).
Reconhecimento. Semelhantes à Nitidulidae, porém diferem por possuir a clava antenal com apenas 1 ou 2 artículos. Adultos de Monotomidae são geralmente pequenos (entre 1,5-6,0 mm) e exibem uma variedade de combinações de cores como marrom escuro, vermelho-marrom, marrom claro, amarelo ou preto. Os adultos podem ser caracterizados pela seguinte combinação de características (Bousquet, 2010; Sen Gupta, 1988): forma geralmente estreita alongada; cabeça prognata, não oculta, com olhos facetados finamente laterais, élitros distintamente truncados no vértice, expondo um (fêmeas) ou dois (machos) tergitos abdominais; antenas curtas, robustas, aparentando 10 artículos (antenômeros 10 e 11 fundidos) com uma clava distinta de 1 ou 2 artículos; fórmula tarsal 5-5-5 nas fêmeas e 5-5-4 ou 5-5-5 ou 4-4-4 em ambos os sexos; abdome com cinco ventritos (1 e 5 alongados; 2-4 relativamente curtos, subiquais); procoxa arredondada com trocantins escondidos na maioria dos grupos; cavidades procoxais amplamente fechadas externamente.
Chaves de Identificação. Há uma chave de Bousquet (2001) para os gêneros neárticos. Alguns táxons de interesse forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. Nitidulidae (Cucujiformia: Cucujiformia) apresenta dez subfamílias (Bouchard et al. 2011): Calonecrinae Kirejtshuk, 1982; Maynipeplinae Kirejtshuk, 1998; Epuraeinae Kirejtshuk, 1986; Amphicrossinae Kirejtshuk, 1986; Meligethinae Thomson, 1859; Cillaeinae Kirejtshuk And Audisio, 1986; Cryptarchinae Thomson, 1859; Cybocephalinae Jacquelin Du Val, 1858; Carpophilinae Erichson, 1842; e Nitidulinae Latreille, 1802. Apenas as cinco últimas com registros para o Brasil (Casari & Ide 2012).
Diversidade. Existem cerca de 3.000 espécies de Nitidulidae no mundo, distribuídas em 160 gêneros. Na região Neotropical, 770 espécies em 79 gêneros e, no Brasil, 208 espécies em 40 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. Apresentam hábito primário saprófago ou micetófago, são ocasionalmente necrófagos (Casari & Ide 2012). Os adultos são encontrados em uma grande variedade de habitats, incluindo restos de vegetais, frutas fermentadas, florestas e flores (Klimaszewski & Watt 1997). Nitidulidae está associado aos estágios finais de decomposição (decomposição avançada e esqueletização) e já foi registrado em estudos com modelos animais entre 15 e 51 dias após a morte (Cooter & Barclay 2006).
Reconhecimento. Apresentam comprimento entre 1 e 40 mm (Casari & Ide 2012), sendo que os de interesse forense não passam de 8 mm (Gennard 2007). Possui coloração castanha escura ou marrom, fórmula tarsal 5-5-5, cavidades procoxais transversas, metacoxas sulcadas, antena com 11 antenômeros e clava antenal com três (Casari & Ide 2012).
Chaves. Para subfamílias de Nitidulidae do Havaí há a chave Ewing & Cline (2005) e para gêneros de Nitidulinae, a chave de Gillogly (1965). Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências.
Classificação. Ptliidae (Staphyliniformia: Staphylinoidea) possui cerca de 550 espécies descritas incluídas em 70 gêneros e três subfamílias (Bouchad et al. 2011): Cephaloplectinae Sharp, 1883; Acrotrichinae Reitter, 1909 (1856); e Ptiliinae Erichson, 1845. Sendo a última composta pelas tribos Discheramocephalini Grebennikov, 2009; Nanosellini Barber, 1924; Ptenidiini Flach, 1889; Ptiliini Erichson, 1845; e Ptinellini Reitter, 1906.
Diversidade. Possui ampla distribuição no mundo, com exceção da Antártica (Hall, 2005). Na região Neotropical são registrados 22 gêneros (4 para o Brasil) e 122 espécies (9 para o Brasil) (Costa, 2000).
Biologia. Vivem em matéria orgânica em decomposição onde alimentam-se de esporos e hifas de fungos e de outras partículas orgânicas. Podem ser encontrados em troncos apodrecidos, dossel da floresta, excrementos de mamíferos, fungos em troncos, buracos de árvores, ninhos de formigas, serapilheira e me carcaças (Casari & Ide 2012). São citados como de interesse na Entomologia Forense (Almeida & Mise, 2009).
Reconhecimento. Estão entre os menores besouros conhecidos possuindo 0,25 e 1,2 mm de comprimento; corpo geralmente alongado, oval e convexos; possuem espirais de cerdas nos antenômeros e franja de cerdas nas margens das asas membranosas (Casari & Ide, 2012).
Chaves de identificação. A chave de Hall (2001) para os grupos Neárticos pode ser utilizada para reconhecer as subfamílias ocorrentes no Brasil.
Referências
Classificação. Scarabaeidae (Scarabaeiformia: Scarabaeoidea) inclui as subfamílias Chironinae Blanchard, 1845; Aegialiinae Laporte, 1840; Eremazinae Iablokoff-Khnzorian, 1977; Aphodiinae Leach, 1815; Aulonocneminae Janssens, 1946; Termitotroginae Wasmann, 1918; Scarabaeinae Latreille, 1802; Dynamopodinae Arrow, 1911; Phaenomeridinae Erichson, 1847; Orphninae Erichson, 1847; Allidiostomatinae Arrow, 1940; Aclopinae Blanchard, 1850; Melolonthinae Leach, 1819; Rutelinae Macleay, 1819; Dynastinae Macleay, 1819 e Cetoniinae Leach, 1815 (Bouchard et al. 2011).
Diversidade. A família Scarabaeidae possui 27.800 espécies em nível mundial, distribuídos em 2.000 gêneros. Esse número corresponde a 91% dentro da superfamília Scarabaeoidea. Na região Neotropical, 4.706 espécies em 362 gêneros e, no Brasil, 1.777 espécies em 204 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. Os coleópteros da família Scarabaeidae são extremamente importantes como decompositores, inimigos naturais de pragas coprobiontes e indicadores de biodiversidade. São detritívoros e utilizam principalmente fezes, carcaças e frutos em decomposição como recurso alimentar. Apresentam grande diversidade de espécies na faixa tropical. Os Scarabaeidae formam uma comunidade bem definida em termos taxonômicos e funcionais, e sua eficiência na remoção de excrementos, cadáveres e frutos decompostos coloca este grupo de insetos como componentes fundamentais na manutenção do ecossistema (Halffter & Matthews, 1966). Devido ao seu comportamento alimentar, os Scarabaeidae podem ser importantes inimigos naturais para o controle biológico de moscas parasitas dos rebanhos e têm grande eficiência na remoção de fezes da superfície das pastagens (Ridsdill-Smith, 1980), já que a alimentação e reprodução de grande parte das espécies envolve a alocação dos recursos alimentares para o interior de túneis escavados no solo, o que elimina o meio de reprodução das moscas hematófagas. Mais recentemente, também tem sido sugerida a sua utilização como organismos indicadores de biodiversidade em ecossistemas de florestas tropicais (Halffter & Favila, 1993). Espécies de Scarabaeidae são encontradas na carcaça nas fases de inchamento e decomposição ativa (Gennard, 2007) e podem, em alguns casos, chegar a mover uma carcaça suína de lugar, como registrado por Ururahy-Rodrigues et al. (2008) em um estudo em Manaus.
Reconhecimento. É um grupo que compreende muitas espécies e são conspícuos pelo seu tamanho, cores brilhantes e ornamentações. Comprimento de 2,0 a 60,0 mm, corpo de forma variável, oval, quadrangular cilíndrico. Cor variável, com ou sem reflexos metálicos. Antenas com 10 artículos (alguns com 7 a 12), com os 3 a 5º. últimos formando a clava glabra (Melolonthinae, Dynastinae, Rutelinae e Cetoniinae) ou tomentosa (Aphodiinae e Scarabaeinae). Olhos parcialmente divididos pelo cantus. Clípeo com ou sem tubérculos ou projeções em chifre. Pernas com coxas transversas ou cônicas; protibia tridenteada, bidenteada ou serreada na margem externa com um esporão no ápice. Meso e metatíbia fina ou robusta, ápice com 1 ou 2 esporões. Tarsos 5-5-5. Tarso anterior ausente em alguns Scarabaeinae; garras variáveis, iguais ou não em tamanho, simples ou com dentes. Abdome com 6 esternitos.
Chaves de identificação. Há uma chave de Vaz-de-Melo (2000) para Scarabaeidae. Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. Silphidae (Staphyliniformia: Staphylinoidea), possui aproximadamente 200 espécies descritas incluídas em 15 gêneros e 2 subfamílias (Sikes 2005; Bouchard et al. 2011).
Diversidade. Siphidae ocorre em todas as grandes regiões, exceto Antártica e Oceania (Sikes 2005). Na região Neotropical são registrados 9 gêneros (2 para o Brasil) e 82 espécies (5 para o Brasil) (Costa 2000).
Biologia. Os imaturos da maioria das espécies de Silphidae apresenta hábito necrófago, entretanto os adultos podem se alimentar tanto da carcaça quanto de larvas de Diptera (Abbott 1937, Payne & King 1969). Geralmente são encontrados associados à matéria orgânica em decomposição, principalmente carcaças de vertebrados possuindo um comportamento de se enterrar sob as carcaças. Algumas espécies são predadoras de caramujos, outras herbívoras ou micófagas (Sikes 2005; Almeida & Mise 2009; Casari & Ide 2012). Os exemplares de Silphidae são encontrados na carcaça na fase de inchamento, de decomposição ativa e avançada (Gennard, 2007). São potenciais indicadores forenses (Gennard, 2007). As espécies brasileiras estão restritas ao gênero Oxelytrum (O. cayennense (Sturm, 1826), O. discicolle (Brullé, 1840), O. emarginatum (Portevin, 1920), e O. erythrurum (Blanchard, 1840)) (Peck & Anderson, 1985).
Reconhecimento. Comprimento entre 12 e 30 mm, corpo de ovalado a moderadamente alongado; geralmente glabro dorsalmente; antena clavada ou capitada, coxa anterior proeminente; pronoto geralmente total ou parcialmente amarelado ou avermelhado; élitros geralmente com cores escuras, negra, castanha com áreas avermelhadas, alaranjadas ou amareladas, não estriado às vezes formando costas (elevações) (Casari & Ide 2012).
Chaves de identificação. Os táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009). Os gêneros e espécies pela chave de Peck & Anderson (1985). As espécies do gênero Oxelytrum ocorrentes na América do Sul podem ser identificadas em Oliva (2012).
Referências
Classificação. Staphylinidae (Staphyliniformia: Staphylinoidea), possui aproximadamente 55.400 espécies descritas (Grebennikov & Newton 2009) incluídas em 2.150 gêneros (Costa 2000), pertencentes a 57 tribos e 33 subfamílias (Bouchard et al. 2011).
Diversidade. Staphylinidae possui distribuição em todo mundo, exceto na Antártica (Thayer 2005). Na região Neotropical são registrados 682 gêneros (453 para o Brasil) e mais de 7.090 espécies (2.688 para o Brasil) (Costa 2000; Asenjo et al. 2013).
Biologia. As espécies são predominantemente carnívoras, seguindo-se as detritívoras e fungívoras. Colonizaram uma variedade de habitas, especialmente ambientes úmidos. Podem ser encontrados em matéria orgânica em decomposição; associados a fungos; plantas superiores vivas; musgos; algas; ninhos de aves, mamíferos e insetos sociais; praias arenosas e cavernas. (Navarrete-Heredia et. al. 2002; Marinoni et al. 2001). Algumas espécies possuem interesse na Entomologia Forense e como bioindicadoras de ambientes terrestres (Freitas et al. 2006; Almeida & Mise 2009). Espécies de Staphylinidae são encontradas em todas as fases de decomposição da carcaça (Gennard, 2007).
Reconhecimento. Forma variável, mas a maioria possui corpo alongado ocasionalmente ovoide de 1-40 mm de comprimento; mandíbulas proeminentes geralmente falciformes; coxas anteriores geralmente contíguas; élitros geralmente curtos e truncados expondo mais da metade do abdômen (seis ou sete tergos) (Navarrete-Heredia et. al. 2002; Casari & Ide 2012).
Chaves de identificação. As subfamílias ocorrentes no Brasil podem ser reconhecidas pela chave de Casari & Ide (2012), alguns táxons de distribuição Neotropical em Navarrete-Heredia et. al. (2002), e os táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. Tenebrionidae (Cucujiformia: Tenebrionoidea) é dividida em 10 subfamílias e 44 tribos: Lagriinae Latreille, 1825; Phrenapatinae Solier, 1834 ; Pimeliinae Latreille, 1802; Bolitophaginae Kirby, 1837; Diaperinae Latreille, 1802; Hypophloeinae Billberg, 1820 ; Opatrinae Laporte De Castelnau, 1840 ; Tenebrioninae Latreille, 1802; Alleculinae Laporte De Castelnau, 1840 e Coelometopinae Lacordaire, 1859.
Diversidade. Existem cerca de 18.000 espécies no mundo distribuídas em 1.700 gêneros. Na região Neotropical 4.624 espécies em 478 gêneros e no Brasil 1.234 espécies em 147 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. A família Geralmente são crepusculares ou ativos à noite e bem adaptados a ambientes xéricos. São primariamente saprófagos e alimentam–se de matéria vegetal e animal, incluindo húmus, serapilheira, troncos apodrecidos, carniça, excrementos e corpos de frutificação de fungos e alguns são predadores. Devido seu tamanho grande e associação com plantas, podem ser encontrados na agricultura, mas possuem pouca ou nenhuma importância econômica. Algumas espécies são pragas de produtos armazenados e outras, na fase larval alimentam-se da raiz das plantas jovens em condições secas. Gnathocerus cornutus, Tribolium castaneum e T. confusum são espécies citadas como associadas a produtos armazenados (Pereira & Almeida 2001). Também podem danificar sementes plantadas ou mudas jovens. Alguns adultos estão adaptados a escavar o substrato e ocupam o mesmo habitat das larvas, enquanto outros possuem corpo relativamente mole, vida curta e geralmente são diurnos e coloridos, podendo ser braquípteros ou ápteros. Várias espécies são citadas em carcaças, mas pela falta de chaves de identificação e de informações biológicas, não é possível saber se estão associadas a carcaças ou a vegetação circundante. São encontrados na fase de esqueletização da carcaça (Gennard, 2007).
Reconhecimento. Tamanho do corpo varia entre 1 e 80 mm, forma do corpo e pilosidade muito variada, fortemente esclerotizados, com corpo muito rígido, geralmente negros ou marrons e subglabros, alados ou ápteros. Antenas com inserções escondidas sob expansões laterais da fronte junto aos olhos, geralmente com 11 artículos, podendo ser filiformes, moniliformes ou espessadas próximo ao ápice, às vezes com clava. Élitros quase sempre cobrindo completamente o abdome, achatados, alongados com margens laterais paralelas a convexos e fortemente arredondados, às vezes fortemente ornamentados, ou pontuados formando estrias regulares. Fórmula tarsal 5–5–4, raramente 4–4–4 ou 3–3–3. Abdome com 5 ventritos, 3 primeiros conatos, geralmente com membrana intersegmentar claramente visível entre os ventritos 3 e 4, 4 e 5; glândulas defensivas presentes ou ausentes.
Chaves de Identificação. Em Aalbu et al. (2001) há chaves para os gêneros neárticos. Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências
Classificação. Trogidae (Scarabaeiformia: Scarabaeoidea) inclui as subfamílias †Avitortorinae Nikolajev, 2007; Troginae Macleay, 1819; e Omorginae Nikolajev, 2005. Os gênero de maior interesse forense é Trox Fabricius, 1775.
Diversidade. Trogidae é uma família relativamente pequena, com cerca de 300 espécies no mundo distribuídas em cinco gêneros. Na região Neotropical, 48 espécies em cinco gêneros e, no Brasil, 10 espécies em 2 gêneros (Costa, 2000).
Biologia. Adultos e larvas podem ser encontradas nos restos secos de animais mortos (eles são geralmente entre os últimos da sucessão de insetos que invadem as carcaças) ou nos ninhos de aves e mamíferos, onde se alimentam de pelos, penas, pele e fezes. Trogidae é mais diversificada nas regiões temperadas e subtropicais, e as espécies são mais comuns em habitats mais secos. Muitas espécies são atraídas por luzes à noite. As histórias de vida de muitas espécies são pouco conhecidas por causa de associações especializadas com ninhos de aves e mamíferos. Muitos dados biológicos poderiam ser conseguidos através da coleta de tocas e ninhos. Quando perturbados, os adultos fingem morte e permanecem imóveis. Isto, em combinação com a aparência dada pelas protuberâncias na sua morfologia externa, lhes permite evitar potenciais predadores que visitam as carcaças. Os restos orgânicos e solo muitas vezes aderem à superfície destes besouros, portanto, a limpeza deles é necessária a fim de ver os caracteres importantes, tais como esculturas e cerdas. Os adultos estridulam, esfregando um plectro (localizado no penúltimo segmento abdominal) contra uma estrutura localizada na margem interna do élitro. As larvas que se alimentam da carcaça vivem em tocas verticais abaixo da carcaça. São encontrados nas fases de decomposição avançada e esqueletização, de acordo com Gennard (2007).
Reconhecimento. Comprimento 2,5-20,0 mm. Forma oblonga-oval, convexo. Cor marrom, cinza ou preto, muitas vezes com cerdas curtas da mesma cor, moderadamente densas. Superfície dorsal frequentemente com tubérculos. Cabeça defletida. Antenas com 10 artículos e clava de três artículos tomentosos; escapo robusto. Olhos com omatídios de tamanho variável, não divididos por cantus. Clípeo sem ornamentações. Labro truncado, não projetado além do ápice do clípeo. Mandíbulas com escova mandibular e prosteca projetada além do ápice do clípeo. Pronoto curto, largo, convexo; com sulcos, depressões ou tubérculos, com ou sem cerdas. Élitros convexos com estrias ou tubérculos. Pigídio coberto pelos élitros. Escutelo exposto. Pernas com coxas transversais, mesocoxas contíguas ou quase; protíbia mais ou menos fina, margem externa pouco dentada, ápice com um esporão, meso e metatíbia com 2 esporões apicais adjacentes; profêmur alargado ocultando parcialmente ou totalmente a cabeça quando defletida; meso e metafêmur não alargados; tarsos 5-5-5; garras iguais em tamanho, simples. Abdômen com 5 esternitos livres; 7 ou 8 espiráculos abdominais funcionais, situados na membrana pleural.
Chave. Há uma revisão da família na chave de Scholtz (1990). Alguns táxons de interesse Forense no Brasil podem ser reconhecidos pela chave de Almeida & Mise (2009).
Referências